Keep calm e perde a calma

14:45

Há uma música muito gira chamada Breathe Slow, que já conheço há alguns anitos, cuja letra gaba as mulheres por, em situações críticas, não perderem a compostura. Aliás, há a célebre frase dos Aristogatos, em que a Duquesa diz que as senhoras não começam lutas.
Venho então eu anunciar que, visto por este prisma, não sou uma senhora. Ou então sou uma mulher de armas! Porquê? Porque ontem à noite, falando bem e depressa, ia dando no focinho a um homem. A um homem, sim senhora!
Então, estava eu descansada a jantar com o Gui e alguns amigos num restaurante, por ser o aniversário de uma amiga minha. Estava tudo a correr bem, exceptuando o caso de estar um chico-esperto na mesa atrás de nós constantemente a olhar feito parvo, ao ponto de tanto o Gui como a minha amiga me terem perguntado se o conhecia de algum lado. Eu, de facto, não o conhecia, por isso pensei que ele com certeza devia ter alguma falha no cérebro. O pensamento confirmou-se no momento em que o atrasado mental, que não tem outro nome, se lembrar de abrir uma garrafa de champanhe e começar a molhar toda a gente! Estavam crianças no jantar que ficaram todas molhadas, um senhor com as costas encharcadas e o Gui a pingar champanhe por todo o lado.
Ora, eu passei-me dos carretos. Mas até aqui ainda estava muito calma! O Gui virou-se para trás, perguntou-lhe se ele tinha algum atraso mental e avisou-o para ter calma com a bebida antes que a coisa corresse mal para o lado dele. O espertalhão, com a mania que era engraçado, vira-se e responde "sabiamente" que foi sem querer, porque se fosse de propósito tinha sido com um extintor. Ah. Ah. Ah. Que piada! Numa situação destas o que uma pessoa tem que fazer é pedir desculpa! É oferecer a porcaria de um pano às pessoas que molhou, é ir à mesa justificar-se, qualquer porcaria com nexo! Mas não, ainda se achou com direito de fazer piadas.
Eu, que não sou muito dada à paciência (e então ultimamente, nem vê-la), virei-me para trás e perguntei-lhe se ele era estúpido ou se só fazia de conta. O tipo nem me respondeu. Eu fiquei passada, como é óbvio. Ajudei o Gui a limpar-se, toda a gente ficou enervada, ouviram-se comentários de todo o lado, um senhor do nosso jantar levantou-se para fazer queixa à gerência do restaurante (que também teve uma bela atitude ao manter-se impávida e serena, em vez de o expulsarem do estabelecimento), um sem-fim de coisas que deixaram toda a gente em alvoroço.
Não contentes com a situação, os engraçados dessa mesa decidiram começar a atirar com coisas para a nossa, ao ponto de acertarem nos óculos da tal amiga minha (e foi uma sorte não lhe terem partido as lentes ou não lhe terem acertado noutro sítio qualquer). Eu virei os canecos e fui perguntar a um rapaz meu conhecido dessa mesa qual é que era o problema dos amigos dele, em especial do atrasado mental do champanhe, que ainda estava feito gozão cheio de piadas. Às tantas esse gajo aparece, feliz e contente como se nada se passasse. Eu virei-me para ele e perguntei-lhe qual é que era o problema dele. Ele ainda me perguntou PORQUÊ. Eu voltei a perguntar-lhe qual era o problema dele e se tinha algum atraso de raciocínio. Perguntei-lhe se achava normal a porcaria que tinha feito num restaurante e se achava que lhe dava estilo incomodar as outras pessoas. Ainda voltou a repetir a frase do extintor. Foi aí que me passei e me virei a ele. Chamei-lhe tudo! Acho que nunca disse tanto palavrão numa só frase, mas virei o caneco mesmo! Quando o Gui reparou que eu estava para lhe dar uma bofa no focinho (porque estava mesmo!), agarrou-me e mandou-o ir-se embora. O gajo ainda lhe fez peito e perguntou o que é que ele tinha dito, em tom de ameaça. Nem dei tempo ao Gui de responder! Larguei-me do braço dele e fui direita àquele atrasado mental a esbardajar, já de punho fechado. Juro que lhe ia direita aos dentes, não tenham dúvidas! Lá veio o Gui agarrar-me outra vez, dizer-me para ter calma, que estavam lá crianças e não valia a pena. Uma rapariga disse-me que achava muito bem a minha atitude e que o que ele merecia era mesmo um soco nas ventas.
E levava-o, juro que levava!


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2 comentários

  1. Sinceramente, há pessoas que não se sabem comportar em locais publicos, e a gerencia do restaurante não fica nada bem na figura, depois da brincadeira toda não terem feito nada... e deixa-me adivinhar, os chicos espertos ficaram "com a razao", enfim

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  2. E erma. Muito bem dadas. Só não compreendo a tiróide do restaurante. Era motivo, pelo menos para mim, para nunca mais voltar lá a por os pés.

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