Ansiedade e coisas que tais

22:17

Nunca fui uma pessoa propriamente nervosa. Paciência, nunca tive muita, é verdade. Mas sempre tentei ao máximo evitar situações de conflito ou confusão porque sempre me tiraram a paz de espírito (que é coisa que prezo muito).
A minha vida na escola teve altos e baixos. Fui sempre uma criança muito popular na turma, mas isso nem sempre permaneceu assim. Do 7º ao 9º ano odiei cada dia que passei na escola, até finalmente encontrar amigos com quem me identificava realmente e que duram no meu círculo de amizades até hoje. Finalmente troquei de turma quando cheguei ao 10º ano e a partir daí foi o Céu na Terra. Claro que tive os meus conflitos, nem sempre nos damos bem com toda a gente e chocamos com algumas pessoas. E também existe sempre quem goste genuinamente dessas ondas de conflito e de ser levado por elas. Sinceramente, não faz muito parte do meu feitio (embora saiba dar um sopapo a alguém se for caso disso). Mas, realmente, não me posso queixar da minha vida no secundário.
Quando cheguei à faculdade, caí lá quase de pára-quedas porque ia sozinha. Fui a única da minha escola a entrar naquela faculdade e tive que me fazer à vida apenas por mim mesma. Por sorte, acabei por habituar-me e desenrascar-me bem. Houve alturas de saudades e de choro, mas passou rápido e adaptei-me que nem um peixinho dentro de água. Só houve, até hoje, uma pessoa no meu percurso académico a fazer-me ir aos arames e ter pensamentos de Rambo. Mas uma pessoa no meio das imensas amizades que fiz não é nada, e trata-se apenas de alguém completamente insignificante na minha vida actual.
Entretanto comecei a sair com o Gui (ou a ficar em casa com o Gui, era mais assim) e, consequentemente, a namorar com ele. Com isso, veio uma data de chatices que, se fosse estar aqui a contar, vocês até se benziam (ou riam-se, de tão ridículo que é). Essas chatices deveram-se apenas ao facto de existirem demasiadas pessoas com problemas mentais e poucas leis que obrigam ao internamento, e assim sendo nem sempre são reconhecidas (e assumidas como doentes) pelas demais pessoas. A parte de isso me chatear já passou, confesso. E acho que também já passou ao Gui, embora o atinja mais directamente a ele. De vez em quando lá vem aquela vontade de rebentar portas e coisas assim, mas a camada de nervos que apanhávamos antigamente já deixou de existir. Porquê? Porque avançámos com as nossas vidas para longe disso. Decidimos afastar-nos do que nos fazia mal e nos tirava a paz, e tudo passou a correr às mil maravilhas depois desse momento. Não é que a azelhice alheia tenha deixado de existir (não deixou e provavelmente nunca vai deixar!), mas para nós é como anchovas. Não nos interessa, simplesmente não estamos aí para isso.
O problema é que agora existe uma coisa a abalar a minha paz de espírito. Está quase a acabar, é certo, dentro de 9 dias já me vejo finalmente livre desta praga. Mas tem-me consumido a energia, a alegria e a vontade de tudo. Tem-me dado dores de cabeça constantes, uma ansiedade muito forte, tremores, tudo coisas que tenho noção que estão a afectar a minha saúde. E, sinceramente, se há coisa que me irrita é a ideia de um dia dar em doida por causa dos distúrbios mentais dos outros. Porque geralmente é mesmo assim, uma pessoa é maluca e põe os outros malucos também. Há quem, infelizmente, não conheça outra forma de se sentir alguém senão humilhar e espezinhar os outros até à exaustão. E, regra geral, essas pessoas são sempre as primeiras a apregoar a bondade e o respeito pelos outros. Já vi isso acontecer com vários montes de esterco que me passaram pelo caminho (desculpem a expressão, mas é mesmo isso que são). E agora aparece-me outra avantesma assim para eu ter que aturar (e com a cambada de atrasados mentais que já apanhei, sinceramente acho que já tenho material suficiente não para uma, mas para cinco teses de mestrado. Eu estudo Psicologia, by the way).
Julgo que o que nos resta nestas alturas é afastarmo-nos. Sempre que algo nos perturba a este ponto, devemos pôr-nos a milhas. Nada, nem pessoas da família, nem pseudo-amigos, nem emprego, nem porra nenhuma vale pormos a nossa saúde em risco. Nada. E estas coisas consomem-nos saúde, não tenham dúvidas. Consomem-nos energia e vitalidade, tiram-nos anos de vida. É por isso que nos devemos afastar. Eu ainda não o fiz porque se aguentei 2 meses e meio também hei-de aguentar mais 9 dias. Mas se assim não fosse, não duvidem. Já estava nos quintos.


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5 comentários

  1. "Essas chatices deveram-se apenas ao facto de existirem demasiadas pessoas com problemas mentais e poucas leis que obrigam ao internamento" Like xD

    Está quase a acabar Joana, estas quase a ver-te livre dessas pessoas, é so mais uns dias e depois podes recuperar antes de começar as aulas.

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  2. Concordo quando dizes que devemos afastar-nos de quem nos faz mal...é isso que tenho aprendido ao longo dos anos e é isso que tenho vindo a fazer! Espero que tu também o consigas e que estes nove dias passem a voar!

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  3. Com o passar dos anos e das experiências vamos crescendo :) e é graças a isso que vemos mesmo o que é que nos faz bem o que nos faz mal!
    r: eheh, com o tempo vocês são perceber quem eu sou :D

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  4. Concordo com o que escreveste sobre afastarmo-nos daquilo que nos consome a energia. Mas pensa positivo, como já pensas, 9 dias passam num instante e depois podes respirar.

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