Depois de o Ace ter deixado de fazer parte da família (sim, ele já não está lá em casa e não vou falar sobre o quanto isso me dá pontadas no peito porque é um assunto que me causa alguma micose), a tentativa de o Gui não tornar aquele pátio num Jardim Zoológico saiu mais uma vez furada. E para isso não bastou muito. Foi apenas necessário eu resolver passear com ele durante a noite, ver um bichinho engraçado a correr pela estrada com as suas patitas pequenas e perguntar: 

"Olha ali, o que é aquilo?"

É então que ele corre todo cego e exclama: 

"É um ouriço cacheiro, vou levá-lo para minha casa e chamar-lhe Spikey*!!"

E foi assim, sem tirar nem pôr, que um ouriço cacheiro passou a habitar no pátio de António Guilherme (é mesmo o nome dele, mas só o usa quando precisa de parecer uma pessoa com classe vinda dos bairros chiques de Cascais. Eu conheço-o há 4 anos e namoro com ele há praticamente 8 meses, mas esqueço-me sempre que se chama assim. Se algum dia me ligarem para casa a pedir para falar com o Sr. António eu provavelmente respondo que é engano porque ali só mora um Guilherme e desligo).

*ele entretanto já fez algumas tentativas de chamar Sonic ao ouriço e, numa tentativa ainda maior de chegar a acordo, experimentou sugerir Sonic Spikey, mas como eu não sou adepta de dois nomes pelo simples facto de o meu irmão se chamar Rui Jorge, eu me chamar Joana Rita, o Gui se chamar António Guilherme e eu ser da opinião que isso não é vida para ninguém, muito simplesmente disse-lhe que não porque prometi nunca fazer isso aos meus filhos. E 'tá bem que o ouriço não me é nada, mas enquanto não ficamos grávidos os nossos filhos são os animais de estimação, portanto o meu argumento é perfeitamente válido.