Never go away

12:35

Sempre que abro o Facebook, deparo-me a torto e a direito com os happy couples de outrora, que namoravam há catraquinze anos, e que de repente acabaram sem ninguém dar conta. Pior, não só não damos conta que acabaram, como damos ainda menos quando um deles aparece de novo acompanhado. Fora isso, são amigas minhas a queixarem-se dos idiotas dos namorados, que não ligam se elas não ligarem, que as tratam mal, que foram apanhados pela milésima vez a pular a cerca; "quase-namorados" que todos os dias davam a entender que a coisa ia passar das curtes e de repente estão aos beijos com outra no meio da pista de dança, supostos namoros sérios onde o moço decide andar em festas com as amigas todos os sábados e chapa fotografias delicodoces com elas no perfil dele...enfim. Parece que anda tudo doido.
Os últimos casos de que me dei conta chocaram-me. Não só pela atitude deles, como pela delas (não as namoradas, mas sim as outras. Porque, claro, há outras). Primeiro foi um casal meu amigo que já namorava há talvez uns cinco anos, já de pé no altar e tudo, mas ele decidiu mandar a relação dele à fava porque a ex-namorada que arranjou outro menos de um mês após acabarem decidiu voltar a fazer-se a ele. Mesmo sabendo que ele namorava há tanto tempo, que tinha assumido um compromisso, que estava a construir uma família. Ela, com ausência de carácter, estala os dedos e ele, anormal sem princípios, larga tudo e encorna a namorada. Lindo! Sem pensar em nada. Sem se lembrar que estava ali uma pessoa que gostava dele, que cuidava dele, que tinha sonhos para partilhar com ele, que desperdiçou anos da vida dela a aturar as tretas dele porque o amava.
O segundo caso foi de mais um casal que namorava há moooontes de anos, uma relação totalmente assumida, aparentemente sólida e bonita, famílias à mistura e tudo...e de repente ele decide começar a javardar numa das amigas dela e hoje namoram, fofos. Fofo ele que é um porco, e fofa ela que é uma grandessíssima vaca.
O ponto deste post, calões e termos feios à parte, é que às vezes dou por mim a pensar na sorte que tenho. God, e tenho mesmo! Nós chateamo-nos, é um facto. Aposto que os nossos vizinhos me ouvem gritar com ele de vez em quando. Temos as nossas coisas, há aspectos em que não concordamos; eu de vez em quando digo algumas coisas que não devia, ele faz duas ou três coisinhas mal...mas porra, eu tenho sorte. O Gui é o mais perto que conheço da perfeição. É tolerante, pede desculpa, não deixa assuntos pendentes, não descansa enquanto não resolver uma discussão e enquanto essa discussão não terminar connosco a dar um abraço...faz esforços por mim, tolera pessoas que nem gosta assim muito por mim, perdoa-me quando erro, compensa-me quando é ele a errar, toma conta de mim, fala-me com modos, não passa um dia sem me fazer rir.
E quantas amigas minhas podem dizer o mesmo? Sei lá, acho que poucas. Talvez uma ou duas. Quando olho à minha volta, quando saio com elas, nos cafés, nos telefonemas, nas conversas...bem, há sempre um problema. Ele anda a falar com outra. Ele esconde o telemóvel. Ele não me deixa sair. Ele mentiu-me. Ele traiu-me de novo. Ele disse que está confuso e que quer coisas novas. Ele tratou-me mal. Sempre as mesmas frases, as mesmas coisas, os mesmos problemas. E eu aqui, com o meu homem que chora nos filmes e que depois finge que está com alergia (a sério, é sempre ele quem chora de nós os dois). E tenho tanta, mas tanta sorte com ele.
Nunca vás embora!

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